A hora e a vez da Mulher Trans… Rosa Marotta.


Há tempos que venho tentando dar luz a um projeto pessoal que é fotografar a mulher. Na sua intimidade, quando despojada de todas suas armaduras, medos, receios, simplesmente em frente ao espelho, no toucador ou em alguma situação em que ela se mostre sem preconceitos, dogmas ou pressões. Sem as armaduras que as protegem de assédio, de misoginia, abusos, que são uma constante por parte de homens inescrupulosos que veem nelas algo como um objeto de posse, elas resplandecem em sensualidade, beleza e feminilidade.

E navegando pelo Instagram, entre um perfil e outro, percebi algumas curtidas de uma pessoa até então desconhecida. Muito sensual, em diversas ocasiões, com mensagens de empoderamento feminino, luta contra o assédio, enfim, trocamos muitas mensagens, conversamos muito sobre uma sessão de fotos e ela acedeu sem maiores cerimônias. Isso foi muito bom. Para mim, que sempre fotografei arte de rua, still, plantas e insetos, astronomia, seria uma oportunidade de ouro para iniciar um portfólio sensual, que sempre quis ter. Para ela, a oportunidade de ser fotografada, em toda a sua plenitude. Foram encontros para discutir o tema, locação, e daí para a prática. Foi assim que conheci a mulher trans Rosa Marotta. Uma pouco de Rosa, por ela mesmo:

Sou uma mulher trans, que obviamente quer ser notada pelo mundo e pra isso vou contar um pouco da minha história...

Começando pela minha amizade com o Chico Lopes, que me incentivou muito para realizar as fotos, sempre paciente, um amor de pessoa…

Sou enfermeira de formação e me arriscando agora no mundo das artes como uma ruiva humorista iniciante (risos), morando na capital de São Paulo, na Zona Sul, amante de saltos altos, batom e esmaltes vermelhos.

Especificamente, esse ensaio foi realizado dentro da Cabines Matahari, uma casa liberal, e te adianto que é um dos lugares mais amáveis e sensacionais que já frequentei

Como mulher trans, ressalvo o quanto é complicado nossa existência”

Todas as mulheres, transgênero ou cisgênero sofrem, sofreram ou ainda vão sofrer algum tipo de assédio. Na rua, na praia, no trabalho ou no transporte coletivo. Aproveito para indicar um vídeo de 30 minutos, produzido pela KL Films Productions, entitulado “Umas Às Outras”, com depoimentos impactantes do dia a dia dessas mulheres que sofrem esse tipo de violência. Vc pode assistir o documentário aqui mesmo, clicando diretamente abaixo, no botão vermelho.

Rosa é um exemplo de mulher trans que se destacou, também sofreu assédio no trabalho e agora novamente se destaca com sua forte personalidade e empoderamento, como ela própria diz:

O corpo trans é um corpo cheio de cicatrizes, e dessas cicatrizes obtemos nossa força, e sendo mulher, já em um papel social um pouco complicado, tenho que lutar contra a diferença social vivida. E com a ideia de ser notada, trouxe o empoderamento transfeminino através deste ensaio, e tive a certeza de que cada particularidade nos torna únicos como humanos.

Hoje pelo meu instagram, @senhoritarosa_ , ocupo um lugar onde uma mulher cis ocupa, criando conteúdo motivacional, empoderando a “mulheridade” e trazendo também a realidade de uma pessoa trans. Me sinto vencedora por estar viva, em um país aonde se tem o maior consumo de pornografia transsexual, e o maior número de assassinatos de pessoas trans, e ao chegar ao patamar que cheguei, fico extremamente feliz por ter a oportunidade de realizar esses cliques ❤️”

Nesta matéria, publico uma prévia do ensaio mencionado mesclado com fotos feitas pela própria Rosa. Para ver o ensaio completo clique ou toque aqui, que te levará à seção Sensual, meu primeiro ensaio desse tipo, proporcionado pela grande amizade com essa guerreira, Rosa Marotta.

Mais de Rosa Marotta no Instagram:

@senhoritarosa_

Fotos Chico Lopes e Rosa Marotta

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