A Fotografia no documento das lembranças da vida

Artigo revisado e reescrito pois a lembrança ainda está muito forte!

A nossa vida, desde o nascimento até a morte, é cercada de fatos que vão nos marcando, moldando, lapidando. Os primeiros passos, o primeiro tombo, o primeiro dia de aula na escola, o primeiro beijo, o primeiro trabalho, o primeiro voo de avião, enfim, são acontecimentos que marcam. E nos tornam pessoas com história. Com história de vida.

A fotografia, desde sua invenção, vem marcando sua inexorável presença em todos os fatos que afetaram famílias, cidades, países, o mundo. A transformação das cidades. São Paulo por exemplo, desde sua fundação, um simples vilarejo, até a metrópole caótica que chegou ao pódio como a maior cidade do Brasil, quiçá da América Latina.

E sempre com a presença da Fotografia, documentando, denunciando, provando, mostrando muitas e muitas vezes de forma nua e crua, a Vida dançando com a Morte. Seja a foto jornalística, documental, científica, passando por casamentos, formaturas, aniversários, cenas do dia a dia e a mais bela e romântica área, a Fotografia Artística.

Nessa linha do dia a dia, no interior das casas, ora guardado nas gavetas em álbuns muitas vezes amarelados, ora nos cartões de memória das modernas câmaras digitais, temos um vasto material, colhido ao longo da vida, que mostra o nascimento, as travessuras de crianças (e adultos…), o aniversário da prima querida, da mãe, do pequeno Bob, o cãozinho de estimação e de tantos fatos que contam uma minuciosa história de cada família que se constituiu, cresceu e aos poucos foram ficando legados, deixados pelos que já se foram.

É nessa linha de pensamento que quero envolver vocês, meus caros leitores. Um legado que foi deixado por um ser vivo que esteve aqui, na minha família, vivendo conosco, compartilhando nosso espaço, cada cômodo da casa, nos passeios, nas viagens, nos momentos de alegria e também de dor. Falo da nossa cachorrinha, a Hanna!

Há cerca de 15 anos ela entrava na nossa vida. Com seu temperamento deveras original, ora muito brava, ora extremamente carinhosa, mas com uma personalidade forte, foi se integrando cada vez mais no nosso dia a dia. Mudou nosso comportamento, nos tornando mais maleáveis, pois tudo com ela significava uma negociação: depois de adquirir um vocabulário notável, sempre tínhamos que usar o “por favor, Hanna!”, “dá licença, Hanna!”, e assim, ela demonstrava o que queria (ou não!!!) com posições de orelhas, focinho e corpo que as palavras seriam totalmente desnecessárias!

Nos passeios, tinha o Alex, dono da banca de jornais Real, que está há mais de trinta anos no local, que ela adorava (raro isso, poucas pessoas ela se deixava tocar) e o “Zé do Coco” que também está por volta de trinta anos no mesmo local, esquina das ruas Alfonso Bovero com Dr. Arnaldo, que a conheceu aos três meses de idade e sempre dava água de coco pra ela quando passeávamos. Tem o Luiz, o segurança do curso de inglês. A dona de um salão de beleza, a Neide. A Ciara, da loja de produtos naturais. Vejam, ela era querida por muitas pessoas de fora, todas sabendo de sua personalidade difícil mas, mesmo assim gostavam, davam petiscos, etc. Raras pessoas ela deixava se aproximar e fazer carinho.

Entre mordidas e lambidas, um laço de amor e ternura se construiu e que parecia interminável. Porém, nos últimos três meses de 2020, uma luta ferrenha entre a vida e a morte se travou e ela, junto a nós e todos os que a amaram, lutou até o último fio de vida. Numa quinta-feira, 19 de novembro de 2020, às 12h45, rompeu-se esse laço e a nossa querida Hanna descansou finalmente. Deixará muita saudade, pelo amor que retribuiu a todos nós e ficará na nossa eterna lembrança. A todo momento ainda nos vemos falando “vamos papar?”, “quer passear?”, e tudo o mais que falávamos com ela, que entendia tudo. Quando abríamos a porta, sempre a recepção era calorosa.

Enfim, tudo por aqui tem a sua marca. A ferida vai cicatrizar, com certeza mas, ainda dói muito, mesmo após quase dois anos. Como inexoravelmente acontece, o sentimento de tristeza aos poucos vai se transformando em uma saudade gostosa e a certeza de que fizemos de tudo pra que ela tivesse conforto, amor, segurança e saúde.

Essa é a minha sincera homenagem à Hanna e a tudo o que ela proporcionou em nossas vidas. E também à Fotografia, essa fantástica arte de escrever com a luz, que mantém as lembranças de tudo o que se passou em nossas vidas, como um legado.

Tchau Hanninha, que você tenha uma boa viagem!!! Muitos beijos de todos nós!!!!

Gostaria de agradecer de coração a todo o empenho da equipe da Clínica Ponta Porã (https://www.facebook.com/VetPontaPora), desde os médicos à recepção pelo empenho em salvar a vida da Hanna em emergências e um carinho especial à Dra. Camila Francisco (https://www.facebook.com/petmercadoanimal), que como uma médica da família, acompanhou também por muitos anos a vida da Hanna que, se pudesse falar, também daria um MUITO OBRIGADO!!!

2 respostas para “A Fotografia no documento das lembranças da vida”

    1. Querida Ana Paula Souza!!!! Não faz nem uma semana lembrei de vc mas não tinha nenhum contato. Vc me achou!!! E achou meu site!!! Feliz por ter comentado. Vamos manter contato. Muita saudade do tempo em que trabalhamos juntos na Primesys!!! Logo mais te mando um direct no Insta para trocarmos telefones. Grande beijo!!!

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